Sunday, January 18, 2009

Botões 1973

Botões 1973

As traves de metal são feitas de arame de um cabide desmontado. O alicate dobra o metal em postes medidos em cada milimetro. Depois de montada a trave agora vem a rede. São forros de cortinas velhos colados nos postes com cola branca. O resultado é um gol com rede que estufa. Que nem o Mineirão. Tá no filó!!!

A bola é feita de uma missanga lixada no cimento da calçada até ficar em forma de um dadinho. Cor de laranja. O furo no meio nao parece incomodarnem um pouco. Quanta criatividade!

Espero ansiosamende a “Edição de Esportes” do Jornal da Tarde da Segunda-feira, que e’ metade do tamanho do jornal, ideal para as mãozinhas de 9 anos, que traz as escalações dos times. Dali corto os nomes e colo com durex por baixo dos “botões”. Depois pinto os botões transparentes por baixo com lápis coloridos.

Os jogadores são “craks da pelota”. Mais avançados do que botões de casaca, mas muito piores do que “vidro de relógio” que ainda estão por vir. Por baixo dos “discos transparentes estão colados com fita transparente os nomes dos craques. No Corinthians, pintado a lápis de azul claro, Rivelino e Vaguinho. No Palmeiras propriamente pintado de lápis verde Ademir e Leivinha, no Santos pintado de preto Pelé e Nenê, no São Paulo pintado de laranja Mirandinha e Pedro Rocha.

Os “craks da pelota” tinham uma bomba no chute, mas não conseguiam encobrir os goleiros, caixas de fósforos cheias de pesos de chumbo, encapados com papel colorido e com o nome do goleiro de cada time.

O Natal vai chegando. Cheio de ansiedade, sei que os Botões “de verdade”, de vidro de relógio (que na verdade são de plástico) vão chegar, mas não sei de quem vem. E, no dia 23 de Dezembro vem mesmo.

Antecipando a Copa de 74 que está por vir em alguns meses, são duas seleções Brasileiras, A e B em duas caixas amarelas (de cartões pessoais) transparentes. Nas tampas escudos de 6 times diferentes. As escalações eram, no time A: Leão, Carlos Alberto, Luis Pereira, Piazza, Marinho Chagas, Clodoaldo, Pelé, Jairzinho, Gerson, Leivinha e Rivelino. No time reserva Neneca, Zé Maria, Amaral, Alfredo Mostarda e Marco Antonio, Flamarion e Dirceu Lopes, Terto, Enéas, Mirandinha e Paulo Cesar Cajú. Que belos times! Cada jogador tem sua foto e nome colado por baixo dos botões. Uau!

Depois dessa inspiração vieram muito mais times. Foram Campeonatos Brasileiros com 40, 60 e 96 times! Cada um feito com carinho e arte. Mas nenhum dos times marcou tanto quanto aquelas 2 caixinhas amarelas.

Botões, 35 anos depois e ainda me lembro da sensação. Por isso gostaria de dar um outro obrigado ao Roberto, meu cunhado, que passou o gosto para a minha geração. Espero que os meus filhos ainda se divirtam assim!

P.S. Hoje, em 2010, alguns anos depois, continuo jogando, mas agora com meu filho de 7 anos, o Andre'!

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